Veja as vantagens e riscos por trás dois padrões de alimentação
Quando fazemos um teste de glicemia em jejum e o resultado fica entre 100 e 125 mg/dL, não quer dizer que estamos diabéticos. Níveis de glicemia entre essa faixa são classificados como pré-diabetes, ou seja, se não forem feitas mudanças na alimentação e na rotina, existem grandes chances de desenvolver essa doença.
E para evitar que essas pessoas tenham uma evolução para possíveis casos de diabetes, é importante regular desde cedo a alimentação diária, visando opções com baixo teor de carboidrato. E dentro desse contexto, surge a dúvida: qual é a melhor dieta para quem tem pré-diabetes?
Pensando em resolver essa questão, cientistas publicaram um estudo no The American Journal of Clinical Nutrition em que compararam duas dietas famosas pelo baixo teor de açúcares nas refeições: a cetogênica e a mediterrânea.
Qual é a melhor dieta para quem tem pré-diabetes?
Ambas as dietas possuem algumas semelhanças, como por exemplo, a inclusão de vegetais que não levam amido como abobrinha, berinjela, couve, entre outros; a restrição de açúcares adicionados; e por fim, a limitação de grãos refinados ao longo do dia.
Por outro lado, os dois padrões alimentares também possuíam diferenças entre si, sendo as principais a inclusão de leguminosas como feijão, lentilha e ervilha na dieta mediterrânea, além de frutas e grãos integrais que não costumam fazer parte da dieta cetogênica.
Os cientistas avaliaram os efeitos no controle da glicose e em fatores cardiometabólicos de risco em indivíduos com pré-diabetes, em comparação com grupos de pacientes com diabetes tipo 2.
Como resultado, as duas dietas só começaram a fazer efeito nos valores da hemoglobina glicada, que é um dos indicadores para auxiliar na detecção do diabetes, após 12 semanas de consumo. Em pacientes que seguiam a dieta cetogênica, o valor dos triglicerídeos foi menor, porém, o colesterol foi maior do que nos que adotaram a mediterrânea.
Também foi possível notar uma menor ingestão de nutrientes variados nos adeptos do padrão cetogênico, já que a diversidade de alimentos era mais restrita. Com isso, os cientistas concluíram que a dieta mediterrânea, apesar dos resultados em relação aos triglicerídeos, é mais indicada devido ao valor nutricional do que a cetogênica para quem tem pré-diabetes.
Veja também quais mudanças seguir na dieta de quem está com pré-diabetes no nosso infográfico:
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*Este conteúdo não substitui a orientação de um especialista. Agende uma consulta com o nutricionista de sua confiança.
Referência bibliográfica:
Christopher G. et al. Effect of a ketogenic diet versus Mediterranean diet on glycated hemoglobin in individuals with prediabetes and type 2 diabetes mellitus: The interventional Keto-Med randomized crossover trial. The American Journal of Clinical Nutrition, 2022.
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