Anticoncepcional causa prisão de ventre?

Postado em 11 de março de 2024

Conheça estratégias para lidar com a prisão de ventre, ganho de peso, impactos nos exercícios, riscos de câncer de mama e saúde mental.

Os anticoncepcionais podem trazer alguns efeitos colaterais que afetam tanto o aspecto físico quanto o mental das mulheres. Entre esses efeitos, o questionamento se anticoncepcional causa prisão de ventre é uma queixa comum, evidenciando como as respostas podem variar de pessoa para pessoa e impactar o bem-estar geral.

Outra dúvida comum é sobre o ganho de peso, muitas mulheres relatam diferenças significativas no corpo após iniciar o uso de contraceptivos orais, mas você sabe por que isso acontece? Explicamos a seguir os principais efeitos colaterais do anticoncepcional na saúde da mulher e como a nutrição pode ajudar:

anticoncepcional causa prisão de ventre

Fonte: Canva.com

Anticoncepcional e prisão de ventre

É possível que algumas mulheres sintam mudanças no hábito intestinal com o uso de anticoncepcionais e, por isso, associam que o anticoncepcional causa prisão de ventre. No entanto, entre os artigos científicos não existe essa associação de forma clara.

O que os pesquisadores revelam sobre saúde intestinal e anticoncepcional é um risco aumentado para o surgimento de doenças inflamatórias intestinais. De acordo com os estudos, os hormônios femininos utilizados para a contracepção podem impulsionar o desenvolvimento de doenças inflamatórias intestinais, como a colite ulcerativa.

Cada mulher reage de um jeito ao tratamento, por isso, qualquer mudança percebida após o  início do uso de contraceptivos deve ser relatada ao ginecologista para, assim, poderem remanejar os métodos e prevenir condições indesejadas. 

Observe também como anda sua alimentação e hidratação, para um bom funcionamento intestinal é essencial compor a dieta com fibras, advindas de frutas, legumes, verduras, sementes e alimentos integrais, além de beber boas quantidades de água ao longo do dia. 

Uso de anticoncepcional e ganho de peso

Apesar de muitas mulheres fazerem uso de anticoncepcionais e relatarem ganho de peso, existem poucos estudos que expliquem essa relação. Somente um estudo recente comparou a ingestão alimentar de mulheres que usavam anticoncepcional e outras que não usavam e encontrou uma hipótese relevante.

Os pesquisadores notaram que entre o 6° e 18° mês da pesquisa, as mulheres que faziam uso de anticoncepcional comeram mais e diminuíram a ingestão de proteínas. Essa redução na ingestão de proteína parece ser um efeito comum em mulheres que usam anticoncepcionais.

Considerando o efeito saciante da proteína, essa pode ser uma justificativa para maior consumo alimentar e, consequentemente, ganho de peso. A partir disso, é possível entender que as mudanças na alimentação podem ocorrer com o uso de contraceptivos orais.

Por isso, é essencial procurar o equilíbrio nutricional para reduzir as chances de engordar. Recomenda-se manter a ingestão adequada de proteína, consumir carboidratos com moderação, usar boas fontes de gordura e abusar de hortaliças para que todos os nutrientes sejam obtidos e um não supra a falta do outro.

Exercícios e anticoncepcionais

Outra relação encontrada por pesquisadores é o impacto do anticoncepcional nos exercícios físicos. Segundo os autores de uma pesquisa publicada em 2020, os anticoncepcionais podem resultar em um desempenho de exercício ligeiramente inferior quando comparado a mulheres que não fazem uso.

As diferenças são bem pequenas, mas existem. Por isso, para mulheres atletas deve-se levar em conta esse efeito do anticoncepcional e considerar o uso de recursos nutricionais, como suplementos protéicos e energéticos, para potencializar os resultados físicos

Anticoncepcional e câncer de mama

Existem evidências que apontam que o uso de anticoncepcional por mulheres dos 35 aos 39 anos pode aumentar o risco de desenvolver câncer de mama. O risco de câncer de mama é algo que aumenta conforme a idade e não foi pontuada a mesma associação entre mulheres mais novas.

Portanto, se parar o uso do anticoncepcional é algo indiscutível para algumas mulheres da faixa etária de maior risco, é válido considerar estratégias nutricionais que apoiem a prevenção do câncer de mama e outros tumores, como por exemplo:

  • Reduzir o consumo de carnes processadas (exemplo: mortadela, presunto, peito de peru, linguiça, hambúrguer industrializado, salsicha e salame)
  • Evitar bebidas adoçadas artificialmente e bebidas com excesso de açúcar (mesmo caseiras)
  • Apostar em mais frutas e vegetais nas refeições
  • Consumir carnes magras
  • Preferir laticínios com baixo teor de gordura
  • Comer nozes e castanhas diariamente com moderação

Impactos do anticoncepcional na saúde mental

Alterações de humor podem acontecer com todas as mulheres, até mesmo naquelas que não fazem uso de anticoncepcionais, são efeitos comuns dos hormônios femininos durante o ciclo menstrual. Porém, para algumas mulheres os efeitos podem ser mais agressivos e ter relação com anticoncepcionais.

Em três pesquisas diferentes foi encontrada uma associação significativa entre o uso de contraceptivos orais e a depressão, indicando que o uso de anticoncepcionais por adolescentes pode estar ligado a um maior risco de depressão na idade adulta. 

Assim como no caso do anticoncepcional no esporte, é válido considerar os prós e contras do anticoncepcional para a saúde mental quando o uso se der na adolescência.

Uma estratégia nutricional que pode ser eficaz para a saúde mental das mulheres durante as alterações de humor do ciclo menstrual é a ingestão de alimentos ricos em triptofano, um aminoácido essencial que é convertido em serotonina, o hormônio da felicidade.

É possível encontrar triptofano na aveia, no leite de vaca, na semente de girassol, na ora-pro-nóbis, na banana, na soja, no grão-de-bico e em vários outros alimentos. Lembrando que essa é uma estratégia de cuidado e não um tratamento. Na presença de qualquer transtorno mental, é imprescindível buscar ajuda médica e de um psicólogo para um acompanhamento completo e efetivo.

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*Este conteúdo não substitui a orientação de um especialista. Agende uma consulta com o nutricionista de sua confiança.

Saiba mais sobre saúde da mulher:

Referências

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