Diretrizes Americanas sobre abreviação de jejum pré-operatório

Postado em 21 de abril de 2023

Os líquidos claros contendo carboidratos são recomendados para a abreviação do jejum pré-operatório.

O jejum pré-operatório é uma prática utilizada para minimizar o conteúdo gástrico, diminuindo os riscos de regurgitação e aspiração pulmonar. Entretanto, o jejum prolongado tem consequências adversas bem descritas na literatura, e é muitas vezes mais longo do que o recomendado.

Recentemente, a Sociedade Americana de Anestesiologistas (ASA) buscou revisar suas diretrizes para jejum pré-operatório, com enfoque em temas não abordados anteriormente, incluindo a abreviação do jejum.

Diretriz sobre abreviação de jejum pré-operatório

Com essa diretriz, os autores visam atingir profissionais de saúde que trabalham com a população saudável submetida à anestesia geral, anestesia regional ou sedação para procedimentos eletivos.

Neste artigo, reunimos as principais recomendações feitas pelos especialistas.  Conheça-as a seguir.

Malefícios do jejum prolongado

O jejum prolongado pode trazer alguns resultados adversos significativos, tais como:

  • Sede pré-operatória;
  • Fome;
  • Ansiedade;
  • Náuseas e vômitos;
  • Hipertensão;
  • Sensação reduzida de bem-estar.

Além disso, desfechos clínicos relacionados ao jejum prolongado incluem a desidratação, o desequilíbrio eletrolítico, e a hipotensão na indução da anestesia geral.

Com estes malefícios, a abreviação do jejum é uma prática que deve ser buscada por profissionais, da maneira mais segura possível.

Abreviação do jejum pré-operatório: como conduzir?

A principal recomendação para a abreviação do jejum é a ingestão de até 400 ml de líquidos claros contendo carboidratos (simples ou complexos), em até 2 horas antes da anestesia.

Essa prática serviria para minimizar os danos potenciais do jejum prolongado, incluindo fome e sede. Na literatura científica, não houve incidência de aspiração ou regurgitação com essa estratégia. Portanto, os benefícios são claros.

Em pacientes com diabetes, no entanto, esses líquidos podem impactar a glicemia. Por isso, o acompanhamento do glicosímetro deve orientar a escolha entre líquidos com carboidratos, ou líquidos não calóricos.

Os autores não recomendam líquidos contendo proteínas, devido à falta de evidências científicas.

Goma de mascar: existem benefícios na abreviação de jejum?

O uso de gomas de mascar na abreviação do jejum não possui estudos suficientes, e as pesquisas são inconsistentes. Por isso, essa prática não deve ser incentivada.

Entretanto, para pacientes que mascam chicletes por conforto ou preferência pessoal, recomenda-se não atrasar os procedimentos eletivos, pois evidências de danos também são inconclusivas.

Claramente, a goma de mascar deve ser removida antes da administração de qualquer sedativo ou anestésico.

Mensagem final

Dado aos malefícios do jejum prolongado, a Sociedade Americana de Anestesiologistas (ASA) indica que a abreviação do jejum seja realizada a partir de líquidos contendo carboidratos.

Os autores orientam que as informações da diretriz sejam disseminadas, educando as equipes de atendimento aos pacientes. Para isso, é necessário atualizar as políticas, a literatura impressa e os cartazes de parede no ambiente hospitalar.

Para ler a diretriz completa, clique aqui.

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Referência:

Joshi, Girish P., et al. “2023 American Society of Anesthesiologists Practice Guidelines for Preoperative Fasting: Carbohydrate-containing Clear Liquids with or without Protein, Chewing Gum, and Pediatric Fasting Duration—A Modular Update of the 2017 American Society of Anesthesiologists Practice Guidelines for Preoperative Fasting.” Anesthesiology 138.2 (2023): 132-151.

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