Medida por dobras cutâneas é mais eficaz na avaliação de pacientes renais crônicos em hemodiálise

Postado em 18 de maio de 2012 | Autor: Rita de Cássia Borges de Castro

Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo publicaram na revista Journal of Renal Nutrition um estudo que comparou a bioimpedância elétrica (BIA) com a somatória de dobras cutâneas (SDC) para avaliar a gordura corporal de pacientes renais crônicos em hemodiálise. Os pesquisadores concluíram que a somatória de dobras cutâneas foi o método considerado mais adequado para avaliar esses pacientes.

A pesquisa fez parte do trabalho de mestrado da nutricionista Natália Cristina Lima Rodrigues, sob orientação do professor Dan Linetzky Waitzberg. Foram incluídos nesse estudo 60 pacientes (29 mulheres e 31 homens) renais crônicos em tratamento dialítico (realizado pelo menos 3 vezes por semana). Todos os pacientes foram submetidos à avaliação de massa gorda pela BIA (multifrequencial) e SDC, além da pletismografia de deslocamento aéreo (PDA), utilizado como método de referência. Foram aferidas as dobras cutâneas bicipital, tricipital, subescapular e suprailíaca, com adipômetro científico e a utilização da equação de Durnin e Womersley para estimar a massa gorda. Os pacientes foram avaliados em 2 momentos: imediatamente antes e após 20 a 30 minutos da hemodiálise. A massa corporal livre de gordura (MLG) foi obtida pela subtração da gordura corporal total a partir do peso total individual.

A média estimada da gordura corporal observada pelo PDA antes da hemodiálise foi 17,95 kg ± 0,99 (30,11% ± 1,30), e a média estimada da gordura corporal observada pelo PDA depois da hemodiálise foi 17,92 kg ± 1,11 (30,04% ± 1,40). Foi observado que a SDC não alterou esse padrão, sendo a média antes da hemodiálise de 17,87 kg ± 1,22 (30,04% ± 1,50) e depois da hemodiálise de 16,75 kg ± 1,49 (29,11% ± 1.76). Os pesquisadores identificaram que a BIA subestimou a massa gorda, com média antes da hemodiálise de 16,23 kg ± 1,22 (25,11% ± 1,50) e média depois da hemodiálise de 12,33 kg ± 1,49 (22,07% ± 1,76) e que consequentemente superestimou a massa magra.

“Podemos concluir que a BIA superestima a massa magra e subestima a massa gorda, não sendo um método adequado para avaliar a composição corporal nesta população. Os resultados mais precisos foram obtidos usando o método da SDC, no qual foi semelhante ao método padrão ouro (PDA). Portanto, recomenda-se a aplicação de rotina da medição de quatro dobras cutâneas e a utilização da equação de Durnin e Womeresley em pacientes renais crônicos em hemodiálise”, concluem os autores.

Referência (s)

Rodrigues NC, Sala PC, Horie LM, Gonçalves Dias MC, de Miranda Torrinhas RS, Romão JE Jr, Cecconello I, Waitzberg DL. Bioelectrical Impedance Analysis and Skinfold Thickness Sum in Assessing Body Fat Mass of Renal Dialysis Patients. J Ren Nutr. 2012 Mar 30. [Epub ahead of print]

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