O que é arginina e qual a sua importância para a saúde?

Postado em 22 de agosto de 2022

Antes de explicar o que é arginina, é preciso que você entenda o que são as proteínas e aminoácidos para compreender melhor esses termos e suas relações. As proteínas presentes principalmente em alimentos como feijão, lentilha, grão de bico, leite, carne bovina, frango, ovos e peixes são formadas por um conjunto de moléculas chamadas aminoácidos.

Quando comemos uma dessas fontes alimentares, a mastigação e os demais processos de digestão contribuem para a quebra das ligações que unem esses aminoácidos. Assim, eles ficam livres para que o nosso corpo se encarregue de formar novas proteínas para as funções do nosso organismo, como: produzir massa muscular, transportar substâncias, formar anticorpos, regenerar tecidos, fornecer energia, entre outras.

Saiba mais sobre um desses tipos de aminoácidos, a arginina, e qual a sua importância para a nossa saúde:

O que é arginina?

A arginina ou L-arginina é um dos 20 tipos de aminoácidos que existem. Cada aminoácido desempenha um papel na nossa saúde, por isso, é importante que nossa alimentação seja variada para que possamos ter todos os aminoácidos disponíveis.

Foto: Shutterstock

Nove desses aminoácidos são essenciais, ou seja, nosso corpo não é capaz de produzi-los e, por isso, devemos obtê-los através da alimentação ou suplementação. Outros são conhecidos como não essenciais, pois podem ser produzidos pelo nosso corpo.

Porém, alguns são classificados como condicionalmente essenciais, já que, apesar de serem produzidos pelo organismo, em determinadas situações há um aumento da necessidade e esses aminoácidos precisam ser consumidos pela dieta ou suplementados. E esse é o caso da arginina.

Ela não se enquadra em um só tipo porque em condições como crescimento, gestação e situações pós-traumáticas, sua produção pode ser afetada, o que a torna essencial.

Qual a importância da arginina?

Esse aminoácido, assim como os demais, está envolvido em diversos processos biológicos, como comentado anteriormente. Mas, a arginina se destaca por demonstrar efeitos em condições específicas como hipertensão, doenças cardiovasculares, envelhecimento, diabetes e disfunção erétil. Além disso, praticantes de atividade física também podem se beneficiar do consumo de arginina.

A arginina tem um papel importante na função de um tecido do nosso corpo chamado de endotélio. Esse tecido recobre a parede interna dos vasos sanguíneos e linfáticos, elementos importantes para a manutenção da circulação sanguínea, pela passagem de substâncias entre a circulação e o organismo, pelas respostas inflamatórias, pelo tônus vascular, entre outras propriedades.

O tônus vascular é o que permite a contração ou relaxamento da musculatura do vaso, ele aumenta e reduz a pressão sanguínea, o que é chamado, respectivamente, de vasoconstrição e vasodilatação. Quando ocorre a disfunção endotelial, o tônus vascular provoca a vasoconstrição que leva a inflamações e lesões vasculares, condições associadas, por exemplo, a pressão arterial.

A arginina, nesse cenário, contribui para a produção de óxido nítrico, uma substância que exerce a vasodilatação, ou seja, a ação contrária a vasoconstrição. Além disso, o óxido nítrico também atua na redução da ativação de genes pró-inflamatórios, na memória e no aprendizado, favorecendo a redução de inflamações e o envelhecimento saudável.

A arginina também auxilia de maneira mais direta na hipertensão ao reduzir a conversão de angiotensina I em angiotensina II, um hormônio que promove a vasoconstrição, levando ao aumento da pressão.

Em pessoas saudáveis, a arginina também parece ter um importante papel na regulação da insulina, estimulando a secreção desse hormônio que reduz o açúcar livre no sangue, ou seja, diminui a glicemia, podendo prevenir as complicações do diabetes.

Além disso, por ter um papel relevante na resposta imunológica, pesquisadores investigaram a ação da arginina na COVID-19. Eles encontraram uma associação positiva no tempo de internação e na necessidade de uso de suporte respiratório ao suplementar esse aminoácido aos pacientes, demonstrando a eficácia da arginina nessa condição.

Sobre a disfunção erétil, a suplementação de arginina também parece ser positiva. Pesquisadores reuniram dados de que a suplementação desse aminoácido melhorou a disfunção erétil de leve à moderada, apresentando uma taxa de efeitos adversos baixa (8,3%).

Esportistas e atletas também podem se beneficiar do uso da arginina. Neste caso, a suplementação está associada a melhor desempenho esportivo, redução da sensação de fadiga e maior ganho de massa muscular.

Onde encontrar arginina?

Podemos encontrar esse aminoácido em alimentos de origem animal e vegetal:

Além dos alimentos, a arginina também pode ser obtida através de suplementos alimentares, recomendados, principalmente quando há aumento da necessidade. Mas, se você acredita estar precisando consumir esse aminoácido, fale com seu nutricionista para que ele possa indicar a dose ideal para a sua necessidade. Além disso, peça para que ele te indique algumas marcas de confiança e que utilizam matéria-prima de qualidade.

Conheça também o BCAA, um conjunto de outros 3 tipos de aminoácidos que também podem proporcionar benefícios a saúde em algumas situações.

 

Referências

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