Paciente crítico, Nutrição Parenteral, Nutrição Enteral, UTI, Diretriz, ASPEN
Pacientes criticamente enfermos encontram-se em intenso catabolismo e na maioria dos casos estão impossibilitados de receber nutrição adequada pela via comum, sendo necessário o apoio da nutrição artificial.
Para esses pacientes é extremamente importante manter o aporte nutricional adequado, para melhores desfechos clínicos, sendo assim, a atualização de profissionais é essencial para o planejamento nutricional adequado a esses pacientes.
Para auxiliar os profissionais responsáveis a planejar o suporte nutricional, a ASPEN (Sociedade Americana de Nutrição Enteral e Parenteral) e Sociedade de Medicina Intensiva (SCCM) publicou recentemente a atualização da diretriz de 2016, sobre a terapia nutricional em pacientes críticos, trazendo novas evidências e recomendações para cinco questões fundamentais no tratamento nutricional de indivíduos em cuidados intensivos.
Novidades da Diretriz ASPEN
Para a o desenvolvimento das novas recomendações, foi utilizado o método de pesquisa GRADE (Classificação de Recomendações, Avaliação, Desenvolvimento e Avaliação), em que foram reavaliados a seguintes recomendações:
- Dose de energia
- Dose de Proteína
- Nutrição Parenteral isocalórica exclusiva x nutrição enteral
- NP suplementar mais NE
- Emulsões lipídicas
O fornecimento nutricional de pacientes críticos
Segundo a diretriz, a recomendação de aporte de energia deve ser realizada entre 12 a 25 kcal/kg nos primeiros 7 a 10 dias de internação na UTI, através de terapia de nutrição enteral ou parenteral. Essa recomendação deve ser utilizada, até que se tenha evidencias mais efetivas para o aporte enérgico mais adequado a essa população.
Sobre a escolha da via de administração, é orientado que essa deve ser feita de acordo com a convivência do paciente, pois, em ensaios clínicos, tanto a via enteral e a parenteral mostraram resultados semelhantes nos desfechos clínicos em curto prazo.
No entanto, quanto a introdução da nutrição parenteral suplementar, a diretriz orienta que seu uso não deve ser realizado antes que 7 dias de internação na UTI.
Já sobre as recomendações proteína, devido ao desconhecimento sobre os benefícios da oferta de altas doses do nutriente, a orientação continua a mesma apresentada na diretriz de 2016, que recomendava a ingestão de 1,2 a 2g/kg/dia de proteína.
Para mais informações, clique abaixo e confira a diretriz na íntegra:
Mestre em Medicina (Gastroenterologia) pelo Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas de Gastroenterologia
Especialista em Nutrição Parenteral e Enteral pela Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral – BRASPEN
Diretora do GANEP Nutrição Humana
Referência (s)
McClave SA, Taylor BE, Martindale RG, Warren MM, Johnson DR, Braunschweig C, et al. Guidelines for the Provision and Assessment of Nutrition Support Therapy in the Adult Critically Ill Patient: Society of Critical Care Medicine (SCCM) and American Society for Parenteral and Enteral Nutrition (A.S.P.E.N.). JPEN J Parenter Enteral Nutr. 2016; 40(2):159-211.
Leia também
Dra. Maria de Lourdes Teixeira da Silva é médica, mestre em Gastroenterologia , Especialista em Nutrição Parenteral e Enteral pela Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral – SBNPE, Coordenadora das EMTNs do Hospital BP e Mirante e Diretora do Ganep Educação.