O equilíbrio ambiental não depende somente do meio como produzimos os nossos alimentos, mas sim da colaboração e ação de todos os setores: público, privado e social.
Todas as atividades humanas na Terra produzem algum impacto ao meio ambiente e com a alimentação não seria diferente. Desde o plantio da semente até o consumo, existe um longo caminho e uma relação intrínseca com os recursos naturais. No entanto, é possível produzir alimentos saudáveis e acessíveis de forma sustentável, desde que haja colaboração e ação dos setores público, privado e a social, além do investimento em ciência e inovação.
Com o aumento exponencial da população e as mudanças climáticas, é necessário investir em ciência e inovação para gerar soluções tecnológicas que ajudem a aumentar a produção de alimentos, enquanto preservamos o meio ambiente. Nesse contexto, por exemplo, surgiu a agricultura moderna que oferece soluções ao agricultor para otimizar a produção de cultivos e vencer seus desafios.
Como a agricultura moderna auxilia na redução dos impactos causados ao meio ambiente?
A biotecnologia, por exemplo, uma das técnicas empregadas na agricultura moderna, contribui para a produção alimentar necessária para atender a demanda populacional na limitada terra disponível, bem como ajuda a mitigar os efeitos do aquecimento global. Ela propicia um rápido e preciso melhoramento genético de plantas, resultando em soluções tecnológicas seguras e benéficas.
As plantas geneticamente modificadas (GM) são cruciais para aumentar a produtividade reduzindo a necessidade de expansão das áreas de cultivo e o uso de insumos agrícolas, evitando desmatamento e ainda promovendo o sequestro de carbono no solo. Além disso, as culturas GM diminuem a necessidade do uso de maquinários e, portanto, seus combustíveis, reduzindo as emissões de gases de efeito estufa (GEE).
E qual o papel dos profissionais de saúde na preservação dos recursos ambientais?
Além do investimento em ciência e inovação, para minimizar os efeitos ao meio ambiente, precisamos da colaboração e ação de todos. Apesar das soluções agrícolas atuais permitirem uma produção alimentar mais farta e sustentável, ainda existe uma parcela significativa da população que passa fome, ao mesmo tempo em que outra parcela apresenta sobrepeso e obesidade. Garantir a segurança alimentar é um dos grandes desafios atuais.
Sendo assim, o impacto não está somente na produção de alimentos, mas também em quem consome. E é nesse sentido que os profissionais de saúde podem contribuir. O consumo alimentar desenfreado e rico em alimentos ultraprocessados provoca piora na saúde, além de prejuízos ao meio ambiente.
Por serem mais baratos e acessíveis, produtos ultraprocessados vêm ganhando lugar, substituindo o espaço que as frutas, legumes, verduras, grãos, sementes e cereais deveriam ocupar na alimentação do povo brasileiro. É por esse motivo que devemos indicar a feira: os alimentos convencionais são igualmente nutritivos aos orgânicos, porém costumam ser mais acessíveis.
Saiba mais em: Alimentos orgânicos e convencionais: afinal, quais são as diferenças?
Além dos benefícios a saúde, um estudo realizado no Reino Unido demonstrou que quando os indivíduos optam por dietas com variedade de frutas, verduras e legumes, seguindo a recomendação de ingestão dos órgãos de saúde do país, eles podem contribuir para a redução dos impactos ambientais. O que é compreensível, já que quando se reduz o consumo de alimentos ultraprocessados – que geralmente vêm em embalagens plásticas – reduz-se a produção de lixo não orgânico.
Então, é importante que os profissionais de saúde, em especial nutricionistas, entendam que, ao recomendarem um consumo alimentar mais equilibrado – rico em frutas, verduras e legumes e, se possível, sem o uso de ultraprocessados – os efeitos vão além do indivíduo. A orientação de hábitos alimentares mais saudáveis influencia diretamente no equilíbrio do ecossistema, contribuindo para a preservação do meio ambiente.
Saiba mais em: Por que devemos indicar a feira?
Referências
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