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Série micronutrientes: quais são as funções da vitamina D?

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A vitamina D é um micronutriente muito importante para a saúde, com amplos papéis no nosso organismo. Neste artigo, você irá entender essas funções detalhadamente. Continue lendo para descobri-las.

Quais são as funções da vitamina D

Foto: Shutterstock.com

Vitamina D: o que é?

A vitamina D faz parte das vitaminas lipossolúveis, juntamente com as vitaminas A, E e K.

Também conhecida como “calciferol”, ela representa um grupo de compostos esteróides que se apresentam, principalmente, sobre duas formas moleculares, descritas adiante.

A vitamina D2, ou “ergocalciferol” , é derivada de fontes vegetais, obtida de leveduras e de esteróis de plantas, e é utilizada para o enriquecimento e a fortificação de alimentos.

Já a vitamina D3, ou “colecalciferol”, é obtida através de alimentos de origem animal, ou produzida na pele a partir da radiação ultravioleta B (UVB), após a exposição solar. Em virtude desta biossíntese cutânea, a vitamina D é considerada um pró-hormônio.

No organismo, ambas as formas de vitamina D são metabolizadas no fígado e nos rins para gerar seu hormônio ativo, o calcitriol (1,25(OH)2D3).

Onde encontramos a Vitamina D?

Estima-se que 80% a 90% da vitamina D corpórea seja adquirida pela síntese cutânea. Assim, é recomendada uma exposição solar consciente de 10 a 15 minutos por dia. O restante da vitamina D é adquirida pela ingestão de alimentos que contenham essa vitamina, tais como óleos de peixe, ovo, cogumelos, algas e alimentos fortificados.

Para saber mais, acesse:

Funções da vitamina D

No nosso organismo, a forma ativa da vitamina D (calcitriol) exerce inúmeras funções em diferentes sistemas. Contudo, as principais funções da vitamina D são:

  • Manter a homeostase do cálcio e do fósforo
  • Promover a saúde óssea
  • Proliferação e diferenciação celular
  • Modular o sistema imunológico
  • Participar do metabolismo glicêmico
  • Promover a saúde cardiovascular

A seguir, entenda cada uma destas funções detalhadamente.

Homeostase do cálcio e fósforo

A principal função biológica da vitamina D em humanos é a manutenção das concentrações normais de cálcio (Ca) e fósforo (P) sérico. Sem a vitamina D, apenas 10 a 15% do cálcio e 60% do fósforo são absorvidos. Quando a vitamina D é suficiente, a absorção de cálcio aumenta 30% a 40%, e a de fósforo, 80%.

Especificamente em relação ao cálcio, essa função é fundamental para o sistema nervoso, para o crescimento ósseo e para manter a densidade óssea.

O calcitriol normaliza os níveis de cálcio sérico através de três mecanismos principais:

  • Aumentar sua absorção no intestino delgado;
  • Promover a reabsorção do cálcio filtrado pelos rins;
  • Mobilizar o estoque de cálcio dos ossos quando não há cálcio dietético suficiente.

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Promover a saúde óssea

Ao normalizar o metabolismo de cálcio, a vitamina D maximiza a saúde óssea, mantendo a mineralização.

Outras ações da vitamina D que regulam positivamente a formação do osso incluem: inibir a síntese de colágeno tipo 1 e de osteocalcina; e facilitar a maturação dos precursores de osteoclastos em osteoclastos propriamente ditos.

Neste contexto, a deficiência de vitamina D pode aumentar o risco de desenvolvimento de osteoporose e outros problemas relacionados à saúde óssea.

Proliferação e diferenciação celular

Uma outra função conhecida da vitamina D é regular a proliferação e diferenciação celular no cérebro, rins, próstata, mamas, cólon, coração, pâncreas, células mononucleares, linfócitos ativados e pele.

A vitamina D inibe a proliferação (divisão rápida de células) e estimula a diferenciação (especialização das células em funções específicas).

Uma vez que a proliferação descontrolada pode acarretar em diversos tumores, muitos estudos sugerem efeitos benéficos da vitamina D contra o desenvolvimento de câncer de cólon, mama, próstata e ovários.

Além disso, a vitamina D é capaz de inibir fatores de transcrição adipogênicos e o acúmulo de gordura nos adipócitos durante a diferenciação celular. Sendo assim, também possui papel na prevenção da obesidade.

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Modular o sistema imunológico

A vitamina D é bem conhecida por suas propriedades imunomoduladoras, que podem alterar respostas a infecções.

De maneira geral, os receptores de vitamina D (VDR) são expressos na maioria dos leucócitos e estão associados a diversos mecanismos, como o estímulo da imunidade inata; a inibição da autoimunidade, da produção de interleucina por linfócitos T ativados e de imunoglobina por linfócitos B ativados; e a diferenciação de células precursoras de monócitos.

Foi demonstrado a relação entre a deficiência de vitamina D e a prevalência de doenças autoimunes, como esclerose múltipla, artrite reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico e doença inflamatória intestinal. Sugere-se que a vitamina D não só previna o desenvolvimento dessas doenças, como também poderia ser utilizada no seu tratamento.

Mais recentemente, tem sido estabelecida uma relação entre o efeito protetor dos níveis séricos normalizados de vitamina D contra as infecções por COVID-19, especialmente entre idosos.

Participar do metabolismo glicêmico

No metabolismo glicêmico, o papel da vitamina D se traduz em controlar a síntese e secreção de insulina por meio de ações sobre as células beta pancreáticas, incluindo a modulação do influxo de cálcio.

A vitamina D também exerce ação na resistência à insulina, através do aumento de receptores de insulina e aumento da concentração de cálcio intracelular, essencial para mediar a resposta insulínica nos tecidos muscular e adiposo.

Deste modo, diversos trabalhos confirmam a hipótese de que a deficiência em vitamina D é um fator de risco para a incidência e prevalência de Diabetes Mellitus tipos 1 e 2.

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Promover a saúde cardiovascular

A forma ativa da vitamina D participa do controle da função cardíaca e da pressão arterial, por meio da regulação do crescimento das células musculares lisas, do grau de contratilidade miocárdica e da regulação do sistema renina-angiotensina.

Portanto, sugere-se que quanto maiores as concentrações da vitamina D no soro, menores são os valores médios de pressão sanguínea, e menor é a prevalência de hipertensão arterial.

Referências

CARDOSO, Marly Augusto; SCAGLIUSI, Fernanda Baeza. Nutrição e Dietética. 2ª edição, Guanabara Koogan, 2019.

COZZOLINO, Silvia M. Franciscato. Biodisponibilidade de nutrientes. 6ª edição, Editora Manole, 2020.

Slywitch, Eric. Guia de Nutrição Vegana para Adultos da União Vegetariana Internacional (IVU). Departamento de Medicina e Nutrição. 1ª edição, IVU, 2022.

PEREIRA, Marcos et al. Vitamin D deficiency aggravates COVID-19: systematic review and meta-analysis. Critical reviews in food science and nutrition, v. 62, n. 5, p. 1308-1316, 2022.

VARIKASUVU, Seshadri Reddy et al. COVID-19 and vitamin D (Co-VIVID study): a systematic review and meta-analysis of randomized controlled trials. Expert review of anti-infective therapy, p. 1-7, 2022.

PETERS, Barbara Santarosa Emo; MARTINI, Lígia Araújo. Funções Plenamente Reconhecidas de Nutrientes: Vitamina D. International Life Science Institutes Brasil. 2014.

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