Alimentos ricos em iodo, selênio e zinco são boas opções.
A tireoide é uma glândula do corpo responsável pela produção de dois hormônios importantes para a função endócrina: o T3 e o T4. A falta ou o excesso deles podem desencadear em alterações que afetam a saúde do organismo como um todo. Porém, alguns alimentos ajudam a regular a tireoide, prevenindo condições como hipo ou hipertireoidismo.
5 alimentos que ajudam a regular a tireoide | Imagem: shutterstock
Em uma pesquisa sobre o papel dos micronutrientes nas disfunções tireoidianas, demonstrou-se que os fatores nutricionais desempenham um papel importante em afetar a função da glândula. Dentre estes fatores está o iodo, um dos principais constituintes dos hormônios T3 e T4. Contudo, outros nutrientes como selênio, ferro e zinco são também responsáveis pela manutenção adequada da tireoide.
A seguir, confira a lista dos cinco principais alimentos que ajudam a regular esta glândula tão importante para a nossa saúde.
Conteúdo
Conheça alimentos que ajudam a regular a tireoide
Veja exemplos ricos em nutrientes que colaboram para o funcionamento da glândula.
Sal iodado
O iodo é o principal elemento que atua na produção de hormônios da tireoide. A falta de iodo gera problemas graves, como o hipotireoidismo e o desenvolvimento de bócio. O consumo de sal iodado (o famoso “sal de cozinha”) garante um aporte adequado de iodo, uma vez que a Anvisa obriga a fortificação do micronutriente neste ingrediente culinário.
No entanto, tome cuidado: a recomendação da OMS para o consumo de sal é de, no máximo, 5 g (cerca de uma colher de chá). A alta ingestão de iodo e sódio presentes no sal também traz consequências graves para a saúde.
Uma dica importante: ao comprar qualquer tipo de sal (sal comum, marinho ou rosa), certifique-se de que ele recebeu a fortificação de iodo, essa informação estará presente na embalagem do produto.
Peixes, algas e frutos do mar
Os alimentos de origem marinha também são excelentes fontes de iodo. Particularmente, o ômega-3 presentes nos peixes oleosos pode também contribuir para a redução da inflamação e regular a produção dos hormônios tireoidianos. Além disso, tais alimentos são ricos em vitamina D, selênio, ferro e zinco, que têm um papel benéfico na doença autoimune da tireoide.
Sendo assim, boas opções para adicionar na alimentação incluem: atum, sardinha, salmão, ostras, e algas como wakame e spirulina.
Castanhas e sementes
As castanhas e as sementes são fontes ricas em bons nutrientes. Em especial, a Castanha do Pará é a oleaginosa mais rica em selênio, sendo que 1 a 2 castanhas por dia já atendem a recomendação para adultos (55 ug/dia). O selênio ajuda a “ativar” os hormônios da tireoide, além de proporcionar benefícios antioxidantes que atuam protegendo as glândulas contra os radicais livres.
Neste grupo alimentar, a inclusão de sementes de linhaça e abóbora também é benéfica: tais alimentos contém tirosina, aminoácido importante na síntese dos hormônios da tireoide.
Cereais e grão integrais
Grão de bico, trigo sarraceno, soja, feijão e aveia: esses são alguns exemplos de alimentos riquíssimos em nutrientes benéficos para a tireóide, tais como o zinco. Este micronutriente é muito útil para a conversão de T4 em T3, forma ativa do hormônio tireoidiano nas células alvo. Clinicamente, a deficiência de zinco no hipotireoidismo pode levar à perda de cabelo.
Por isso, não hesite em incluir estes alimentos na sua rotina, e prefira sempre as opções integrais. Preparações como o pão de cereais podem te ajudar a proteger a tireóide.
Carnes
As carnes são também boas fontes de selênio, zinco, ferro, micronutrientes essenciais para a tireoide. O ferro, por exemplo, faz parte da enzima tireóide peroxidase (TPO), necessária para a síntese hormonal de T3 e T4. Além disso, são excelentes fontes de vitamina B12, cuja deficiência está associada à doença autoimune da tireoide.
A alimentação balanceada é a chave
Uma dieta equilibrada é um componente mais importante para manter uma função saudável da tireóide. Embora o iodo esteja no topo da lista, não é o único micronutriente que afeta a glândula. Por isso, busque sempre a diversificação na sua alimentação diária.
Este conteúdo não substitui a orientação de um especialista. Agende uma consulta com o nutricionista de sua confiança.
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Referências:
BABIKER, Amir et al. The role of micronutrients in thyroid dysfunction. Sudanese journal of paediatrics, v. 20, n. 1, p. 13, 2020.
BELLASTELLA, Giuseppe et al. Mediterranean Diet and Thyroid: An Interesting Alliance. Nutrients, v. 14, n. 19, p. 4130, 2022.
CARVALHO, Gisah Amaral de. Folheto “Dia Internacional da Tireoide”. Departamento de Tireoide da SBEM Nacional.
CODARIN, Maria Alice Franzini; PRADA, Maria Camila Abramides. Orientações Nutricionais: Hipotireoidismo. Sistema Único de Saúde. Prefeitura Municipal de Campinas. 2020.
Referência bibliográfica:
Roberta Lara é proprietária e responsável técnica do Instituto de Nutrição Roberta Lara. Mestre e doutora em Investigação Biomédica, na área de Concentração Clínica Médica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP). Pesquisadora colaboradora do Laboratório de Genômica Nutricional (LABGEN) da Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Membro do Núcleo de Nutrição e Saúde Cardiovascular do Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Membro do Comitê Científico Consultor Institucional Life Sciences Institute (ILSI).
Sharma R. et al. Diet and thyroid – myths and facts. Journal of Medical Nutrition and Nutraceuticals, 2014.