Estudo relaciona ingestão de macronutrientes e densidade mineral óssea

Postado em 19 de agosto de 2022 | Autor: Redação Nutritotal

Consumo de proteínas parece proteger a saúde óssea, mas o mesmo não acontece com carboidratos.

A densidade mineral óssea (DMO) é bem reconhecida como um preditor de risco de fraturas, além de indicar o diagnóstico de osteopenia e osteoporose. Portanto, é um parâmetro comum para avaliar a saúde óssea da população.

Sabe-se que o metabolismo ósseo é altamente responsivo a diversos estímulos ambientais, dentre eles, a ingestão nutricional. Sendo assim, um recente estudo americano buscou examinar a associação entre a densidade mineral óssea (DMO) e a distribuição de macronutrientes na dieta. Continue lendo para descobrir os resultados desta pesquisa.

Ingestão de macronutrientes e densidade mineral óssea

Foto: Shutterstock

Metodologia: foram mais de 4 mil participantes

O estudo foi realizado com base no “National Health and Nutrition Examination Survey” (NHANES), uma série de pesquisas transversais sobre saúde e nutrição da população estadunidense. Para isso, foram utilizados dados de 2013 a 2016.

A população do estudo foi restrita a adultos acima de 20 anos de idade, com dados completos de densidade mineral óssea, recordatório alimentar válido e covariáveis de interesse. Deste modo, havia um total de 4.447 participantes na análise final.

Especificamente para avaliar a densidade mineral óssea, foi usada a técnica de absorciometria de raios X de dupla energia (DXA). De acordo com a OMS, os escores T de DMO representam o número de desvios padrão abaixo ou acima do grupo de referência, sendo que T-escore 1 representa baixa DMO.

Além da distribuição de macronutrientes e do escore de DMO, outros parâmetros analisados foram: nível de atividade física, hábito de fumar, ingestão de cálcio e vitamina D, dados socioeconômicos, IMC, diabetes e exames bioquímicos.

Carboidratos x proteínas: qual nutriente protegeu a saúde óssea?

Carboidratos

Após investigar o banco de dados e promover a análise estatística, os autores constataram que a maior ingestão de carboidratos foi associada a um menor T-escore, ou seja, ao maior risco de baixa densidade mineral óssea. A substituição de proteína por carboidrato, a cada 5% da ingestão energética, aumentava esse risco em 7%.

Esse achado é consistente com a literatura anterior, que já indicava prejuízos à saúde óssea advindos de carboidratos refinados, como o açúcar. A substituição destes por fontes de carboidratos de melhor qualidade (como grãos integrais e frutas) pode reduzir o risco de fraturas. No entanto, os mecanismos pelos quais os carboidratos afetam o metabolismo ósseo não estão claros.

Proteínas

Por outro lado, a maior porcentagem de ingestão proteica se relacionou a um maior T-escore, sendo assim, uma menor chance de baixo DMO. Portanto, o maior consumo de proteínas promoveu maior proteção à saúde óssea.

Isso acontece pois, ao regular a produção do hormônio trófico IGF-1, a proteína dietética promove indiretamente o crescimento das células do sistema esquelético. Além disso, vários estudos observaram que a ingestão de proteína desempenha papéis importantes na regulação da concentração do fator de crescimento de fibroblastos 21 (FGF21), que promovem a osteoclastogênese.

Lipídios

Para o consumo lipídico, os resultados foram insignificantes. Porém, vale ressaltar que o consumo de gorduras foi analisada de forma geral, sendo que estas não foram divididas entre saturadas ou insaturadas, por exemplo.

Conclusão

Com base nos resultados da pesquisa analisada, uma dieta mais alta em proteínas e mais baixa em carboidratos seria benéfica para a densidade mineral óssea, prevenindo a perda óssea em adultos.

No entanto, os autores deixam claro que ensaios clínicos randomizados e estudos longitudinais são necessários para avaliar melhor os seus achados.

Clique aqui para acessar o artigo científico.

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Referência:

GAO, Shihua et al. Association between macronutrients intake distribution and bone mineral density. Clinical Nutrition, 2022.

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